quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Octávio e Joaquim Oliveira

"Conheci o Joaquim Oliveira no FC Porto, apenas como irmão do jogador António Oliveira. Nessa altura, era um adepto como outro qualquer, sem influência nenhuma, não contava nem para o totobola. (...) Aos poucos, começou a crescer, primeiro no Sporting, quando o poder do futebol estava em Lisboa, depois no FC Porto, quando esse mesmo poder se transferiu para o Norte do País. (...) Começou a ser presença assídua nas viagens do FC Porto, estratégia natural para quem pretendia alargar a sua malha de influências. Com o Artur Jorge como treinador, tornou-se habitual a presença tanto do Joaquim como do António Oliveira junto da comitiva do Porto, principalmente nos jogos internacionais. Os laços entre o presidente e o empresário estreitaram-se numa altura em que o clube estava a viver uma crise financeira. O Joaquim Oliveira ofereceu-se então para resolver os problemas de gestão do FC Porto. De empresário de jogadores passou a negociar contratos de publicidade e das transmissões televisivas. (...) O Joaquim Oliveira é uma pessoa poderosíssima, com muita influência nos destinos do futebol português. E se a partir de certa altura começou a ser frequência assídua nos corredores do estádio das Antas, nem sempre foi assim. Quando o poder estava no Sul, o Joaquim Oliveira batia palmas e bebia champagne no Procópio sempre que o FC Porto perdia. Não é verdade, senhor Pinto da Costa? Tanto assim era que num Covilhã-FC Porto, o Joaquim Oliveira foi obrigado a refugiar-se num café para se proteger da ira dos adeptos portistas. Como o mundo dá muitas voltas, o Joaquim Oliveira receberia mais tarde o Dragão de Ouro. No início, o Pinto da Costa considerava-o o inimigo número um do FC Porto. Depois, quando precisou de dinheiro, abriu a porta ao adversário, levou-o para dentro da própria casa.

(...) Há que reconhecer, porém, os atributos negociais do Joaquim Oliveira. Numa indústria na bancarrota, como é o futebol, onde todas as empresas e clubes estão falidos ou à beira da falência, e perante uma televisão pública que chegou a apresentar mais de 140 milhões de contos de prejuízo, a verdade é que o Joaquim Oliveira conseguiu construir uma fortuna incalculável. Até parece que quanto mais dificuldades financeiras tiverem os clubes, mais o Joaquim Oliveira aumenta o seu poder e a sua riqueza. Quem souber como e porquê, que explique. Eu limito-me, aqui, a prestar-lhe a minha mais humilde homenagem..."

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