segunda-feira, 11 de julho de 2011

João Benedito 1995

21:47

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jogo com o último classificado teve todos os componentes de uma viagem no comboio fantasma: uma entrada serena, sem pressagiar os horrores que se seguiriam, com rápida e dramática mudança de cenário. Até a saída do túnel escuro em que a equipa se enfiou acabou por ficar marcada com um susto final, ao melhor estilo de um comboio de horrores. Acabou por prevalecer a vontade e o esforço da equipa com melhores argumentos e que tudo fez para contrariar os problemas que criou para si mesma.
Nada parecia fazer prever que, depois de inauguração madrugadora do marcador, seguida de confirmação quase imediata, que a aquisição de mais três preciosos pontos iria ficar em dúvida. Mas não há jogos fáceis e os mais difíceis são aqueles que as equipas têm que jogar contra um adversário e contra os seus próprios erros. Não fora este o adversário, talvez dos mais inofensivos que vamos ter pela frente, e estaríamos agora a lamentar mais pontos perdidos em casa. O facto é que o perigo junto à nossa baliza nasceu quase sempre dos nossos próprios erros e não da qualidade técnica ou capacidade colectiva do adversário.
O jogo permite leituras para todos os gostos. A minha é que há um momento que apelidaria de "momento Slimani" em que, em apenas 5 minutos, intervenções do ponta-de-lança argelino introduzem alterações substanciais no jogo. O golo de cabeça aos 7 minutos parecia abrir as portas a uma noite tranquila, senão de goleada. Um passe atrasado disparatado, que nem sequer é novo nele, deixa Tobias em dificuldade provocando-lhe a expulsão. Na sequência do livre acaba por deixar passar a bola por baixo da barreira ao saltar. 
Sobre as culpas de Tobias, não vejo como pudesse fazer diferente sem sair chamuscado de igual forma. Se tivesse a frieza de pensar que mais valia sofrer um golo e não arriscar a expulsão - o que se me afigura difícil no decorrer de um jogo e naquele lance em particular - dir-se-ia que não fez nada para o evitar. Agora é natural que se invoque a falta de experiência, embora me pareça despropositado.
Aceito também a discussão sobre se Marco Silva deveria ou não ter colocado de imediato Ewerton. O que aconteceu no jogo permite essa leitura, atendendo a que o golo do empate sucede num momento em que William está a central. Convém não esquecer que Adrien deveria ter feito mais, uma vez que lhe havia sido confiado a função anteriormente atribuída àquele. O que ninguém pode afirmar é que, com ou sem Ewerton a central e William no seu lugar o golo não acontecesse na mesma, uma vez que este nasce de um corte deficiente de Paulo Oliveira, contra tudo o que os cânones estipulam. Teve tudo para se assemelhar a uma assistência. Não há táctica ou plano de jogo que se sobreponha a isto.
Mais importante de assinalar parece-me ser a vontade e aplicação da equipa ante as dificuldades consecutivas em que consegue contrariar resultados adversos aplicando-se denodadamente, em praticamente um jogo inteiro em inferioridade numérica, o que contraria a ideia de uma equipa mal preparada fisicamente. É contudo evidente que alguns jogadores importantes exibem um cansaço competitivo, traduzido em prestações sem chama, e falhas menos comuns que o seu valor deixaria prever. 
Do lado dos bons destaques nota de relevo para as assistências de Jefferson, especialmente para Slimani. Para a entrada de Carrillo e para os sinais de que o bom Nani está de volta. Não só pelo golo, em cabeçada exemplar, mas também para alguns pormenores de classe. Justiça para Patrício, que não pode ser apenas lembrado quando falha. Só foi chamado uma vez mas segurou os 3 pontos.

Em nota adicional ao post, que só não ficou originalmente por pressa no copy+paste, um comentário à arbitragem, especialmente para ao critério disciplinar. Nada a dizer na expulsão de Tobias, justíssima. Mas a forma como foi adiando os cartões aos jogadores de Penafiel e a forma expedita com os mostrou aos nossos jogadores é reveladora. Depois, já com o resultado a nosso favor, lá foi tratando de compensar de forma tosca e atabalhoada, acabando por expulsar indevidamente um jogador penafidelense.

Já com o jogo a caminho do seu final lá se encarregou de dar uma folga a William Carvalho, que assim não jogará na Madeira. Com o mesmo critério quantos jogadores do Penafiel teriam sido amarelados. Se arbitragem nacional se quer credibilizar tem que, entre outras coisas, começar a usar critérios mais uniformes e que, aqui e ali, não tresandem a formas de favorecimento de uns contra outros.

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